sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nelson e Jobim

Aqui em roma, a cada esquina se vê algo no minimo interessante, a paisagem marrom trás consigo muitos anos de história, e, se você estiver com disposição, toda hora tem coisa para ver e apreciar.

Em meio aos passeios históricos que faço, houve um dia em que o "atual" tomou conta. Atual em partes, pois se tratava de um documentário novo sobre um tema antigo (não tão antigo, é claro, comparado aos monumentos romanos)

Bom, explicando, tive a oportunidade de assistir o novo filme de Nelson Pereira dos Santos: A música Segundo Tom Jobim, na embaixada do Brasil em Roma. E o melhor, apresentado pelo próprio Nelson, com espaço para perguntas e discussões.

O documentário, lançado no ultimo dia 20, é uma junção harmoniosa de músicas, fotos, gravações, documentos, capas de discos, etc, que contam a história de Tom e sua vida em relação à música. Aparecem também gravações de outros artistas, e a repercussão que a bossa nova obteve em outros países. Ver Elis Regina e Tom cantando Águas de Março, na minha opinião, foi uma das partes mais emocionantes do filme.  

O interessante também é que apenas se observa linguagem musical, segundo Nelson "ela basta"... Uma sequência de músicas muito bem escolhida e  muito elogiada por quem assistiu comigo. 

Após o filme, ele comentou sobre suas expectativas, sobre a idéia original do filme, respondeu perguntas, e contou como foi o difícil trabalho de conseguir todos os materiais visuais, trabalho este que valeu a pena, e que emocionou e emocionará muitos espectadores.

Angel comentando as belas cenas do Rio de Janeiro presentes no início do filme.
Quem puder assista, uma ótima oportunidade de conhecer o maior expoente de musica brasileira dos últimos tempos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Fontana di Trevi

Depois de um tempo sem atualizar, aqui estou...

Dentre os lugares que eu mais gosto aqui em Roma, está o Il Vittoriano (que já ganhou uma postagem especial aqui no blog), e a maravilhosa Fontana di Trevi. 


A fonte foi palco de grandes cenas do cinema italiano, como por exemplo o filme La Dolce Vita de Federico Fellini, onde Sylvia entra na água  com Marcello... Este foi um dos motivos pelos quais me senti entusiasmada para visitá -la. 

Uma das fontes mais famosas do mundo, é também a maior no estilo barroco de Roma. Foi construída em 1735, e hoje, atrai turistas do mundo inteiro (embora eu ache que por enquanto os chineses aqui correspondem ao "mundo inteiro"). 

Como a maioria das fontes, esta não poderia deixar de carregar uma lenda consigo: se jogar uma moeda de costas fará com que retorne um dia à Roma. Os turistas se empenham em suas moedinhas, e, como não me agrada muito este tipo de brincadeira, apenas fiquei observando. Se para tirar uma foto de longe já se levam alguns empurrões, imagina para chegar perto e acertar uma moeda na água...

Mesmo assim, retiram cerca de 2 mil euros por semana destinados à doações.


Outra coisa interessante é observar a Fontana di Trevi em dia de chuva... Se normalmente o espaço já é apertado, quando chove o trânsito de guarda-chuvas é peculiar (como mostra a foto da capa do blog).

Você certamente terá vantagens se por acaso estiver tomando chuva, é mais fácil para se locomover. Do contrário, demorará um tempo significativo para andar de um lado para o outro, e ainda, irá trombar em muitos outros guarda-chuvas.

                      

                   

A fonte também foi retratada por McCurry em sua mostra aqui no MACRO (fui com a Pri, em uma das noites mais frias que presenciei). Uma bela foto feita de cima, provavelmente do hotel em frente ao monumento, que também se chama Fontana di Trevi.


Para quem nunca ouviu falar,McCurry é um fotógrafo estadunidense que preferiu deixar a América e retratar a cultura de outros povos. É famoso pela foto clássica da menina afega em 1984, que virou capa da revista National Geographic. A mostra se deu em Roma, porque a Itália foi um dos lugares que ele escolheu para fotografar.  


Gostamos muito de toda a mostra. Ao passo que andávamos, imagens grandes e belas apareciam em nossa frente, junto com suas respectivas músicas de fundo.. Encaixaram perfeitamente.  Valeu a pena. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pantheon

O clima aqui em Roma está bem melhor do que eu esperava... Pouca chuva, muitos dias ensolarados e um frio suportável. 

Como a Pri chegou, fui dar umas voltas e apresentar a cidade. Saímos meio sem rumo e sem mapa (sempre tenho um comigo, mas dessa vez esqueci...). Não que seja muito difícil de andar aqui, mas às vezes me perco com o tanto de ruazinhas alternativas dentro do centro histórico.

Vimos o Colosseo, o Il Vitorriano e entramos em uma das vielas sem saber o destino final.. e assim caminhamos observando tudo e seguindo o fluxo.

Quando nos demos conta estávamos perto do Pantheon.. Não poderíamos ter encontrado um lugar melhor, visto que estava aberto para visitação, ao contrário dos outros pontos turísticos que fecham nas segundas-feiras. 


O Pantheon foi construído como templo de adoração aos deuses do panteão romano. é conhecido também como Panteão de Agripa, porque foi edificado por Marco Agripa, cônsul da Republica Romana, em 27 a.C. Em 80 a.C. foi destruído por um incêndio, mas em 125, durante o reinado do imperador Adriano, foi reconstruído com uma nova fachada.

























Mais tarde, um imperador bizantino ofereceu o edifício a um papa que o transformou na Igreja dedicada a Santa Maria e Todos-os-santos.Seu interior é oval e possui uma cúpula belíssima, decorada com inscrições em forma de caixote (mais tarde li que foi para diminuir a quantidade de concreto e deixar mais leve a construção). Em seu topo observamos uma abertura que permite a entrada de luz, mas também de chuva. As colunas também são lindas, e as portas de bronze, enormes..

Não se paga para entrar, e o melhor de tudo é que abriga o corpo do ilustre Rafael Sanzio, pintor do Renascimento. Também foram sepultados ali dentro, a pintora Annibale Carracci, o arquiteto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II,  Humberto I e sua esposa Margarida I
Túmulo de Rafael Sanzio

Como estava com muita gente tivemos que olhar tudo muito rápido para evitar um atropelamento feito por turistas e suas máquinas fotográficas, de qualquer forma, podemos ir lá mais vezes, se bem que ainda temos muito o que conhecer aqui em Roma.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Fogos no Colosseo

A virada do ano me pareceu semelhante ao carnaval de rua do Brasil, no que se refere a dinâmica da população. Os 3 milhões de moradores mais alguns milhões de turistas se encontraram aqui no centro histórico e cobriram a Marquês de Sapucaí, vulgo Via dei Fori Imperiali, ao som de Negramaro, que se apresentava no palco montado na Piazza Venezia (nao era trio elétrico). 

Só quando saímos de casa nos demos conta da quantidade de pessoas que estavam em nossa rua. Uma parte da multidão se movia lentamente procurando um local menos cheio para ver a queima de fogos. A outra, tentava chegar perto do palco para assistir ao show, mas creio que todos se frustaram pois já estava tudo lotado.

No nosso caso, achamos um local até confortável, com uma vista belíssima e não muito tumultuada. No final, o trabalho árduo que enfrentamos para conseguir nosso espaço foi esquecido, e tínhamos apenas a tarefa de "só" ficar olhando ao Colosseo, que à meia noite, brilhou ainda mais.


Só após a 1h quando o show terminou, pudemos chegar perto do palco e curtir a música eletrônica que continuava a festa. O pessoal estava realmente animado. Quanto ao frio, acho que ninguém se lembrou dele.

Às 3:45 se reuniam voluntários para ajudar na limpeza da cidade que estava de cabeça para baixo, mas neste horário eu já estava dormindo, visto que, no outro dia, busquei a Pri no aeroporto.

PS:Em breve contarei os passeios que fizemos e faremos aqui. Sabe como é diário de viagem né...





sábado, 31 de dezembro de 2011

Capodano

De repente duplicou (ou triplicou) o número de pessoas em Roma.. Eu ja havia reparado que o movimento estava aumentando com a virada do ano, mas, hoje fui checar e realmente a cidade estava mais cheia.

Na verdade o motivo pelo qual fui dar umas voltas não foi necessariamente conferir a população, mas sim, porque uma voz de longe me atraiu... Fui ver quem estava cantando...

Era uma dupla fazendo um som acústico com diversos instrumentos.. consegui identificar um ukulele e um violão, mas tinham outras coisas também que não conhecia. A voz da garota é bem doce e cai muito bem aos ouvidos, ora em inglês, ora em italiano, e o rapaz tocava como quem estivesse curtindo o último dia do ano com um particular bom humor. Gostei.
Para quem quiser conhecer: Miniature Music



Aproveitei e caminhei ali por perto para ver os preparativos do Capodano. Estão montando um palco para um show de um artista italiano na Via dei Fori Imperali, em frente ao Il Vittoriano. O pessoal fica na rua curtindo o show e perto da meia noite fazem uma interrupção para a contagem regressiva. 


Movimento da Via dei Fori Imperiali, que liga o Coliseu ao Vittoriano.

Adio 2011.Creio que não será o fim do mundo, de qualquer forma estou onde tudo começou. 



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fale sempre a verdade - Bocca della Verità

Costumo me perder nos dias da semana... Como estou de férias não fico muito atenta a esses meros detalhes. Porém, o dia de domingo é fácil identificar... A avenida aqui da frente, a Via dei Fori Imperiali, fica fechada para carros e é tomada de pessoas, mais especificamente, famílias, idosos com seus cachorros, atletas correndo e pedalando, crianças com muita energia e grupos com seus guias...


Um belo domingo fui até a Bocca della Verità, uma escultura em mármore situada na entrada da Igreja de Santa Maria in Cosmedin. A boca da verdade é vista como um detector de mentiras, e funciona da seguinte maneira: existe a lenda de que os menos verdadeiros (vulgo mentirosos), têm sua mão decepada ao colocá-la dentro da boca, já os que falam a verdade, ficam salvos. Antigamente era usada pelos casais como forma de checar a fidelidade, hoje, o símbolo é bastante visitado.


Sempre tem fila para colocar a mão dentro da boca e fazer o teste, eu e a Angel ficamos de fora... "Vai que resolve funcionar". Brincadeira, a fila realmente estava grande e não achamos que valia a pena, visto que tinham coisas interessantes ali por perto para se ver, como o interior da Igreja e a Piazza Santa Maria in Cosmedin.

Vale a pena conhecer, aliás, em Roma não "se perde a viagem".


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Reconhecimento da área

Agora sim pude ver o  Il Vitoriano de perto, e sim, é lindo. Foi criado em honra ao primeiro rei da Itália unificada, Vitor Emanuel II. Todo feito de mármore branco, chama atenção porque, ao seu redor, as construções são todas marrons. Tem uma enorme escada, e no alto o rei em seu cavalo... suas colunas também são muito belas.


Il Vittoriano


De lá se ve a Piazza Venezia e o Palácio Venezia ao lado esquerdo... Sua construção original não foi feita naquele lugar, e sim, transportado pedra por pedra até ali. Foi inicialmente residência papal, depois, Mussolini usou as sacadas para fazer seus discursos e a Sala del Mappamondo como seu escritório. 



Também conheci a Piazza Navona, onde fica a embaixada brasileira.. linda, mas pena que estava tomada de barraquinhas de "vende tudo" (mini Paraguay em Roma? talvez.)
Está sempre lotada de gente, assim como todos os outros lugares.. Os comerciante loucos para vender escolhem os jeitos mais bizarros de atrair turista rs... Ali também ficam vários artistas de rua querendo suas moedinhas, mas nenhum ainda me chamou a atenção... Tem um brinquedo de aproximadamente 1850 que vive lotado de criança gritando, não sei como se chama, mas são cavalos rodando, um atras do outro e com um monte de bambini em cima.



O inverno aqui deixa todo mundo mais bonito, as pessoas cultuam muito a estação, vestido, casaco, bota, meia, cachecol, toca, sobretudo... E olha que o frio ainda nem chegou de vez. Mas é lindo de se ver rs.. O bom de Roma é que mesmo no inverno sai o sol para amenizar o frio e clarear a paisagem!